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O que é ATPV?

O ATPV é um indicador de Resistência ao Arco Elétrico, mais precisamente, um indicador de desempenho térmico de um material, como por exemplo um tecido, contra os efeitos térmicos provenientes de um arco elétrico. O valor do ATPV é conferido em joule por metro quadrado (SI), ou mais usualmente em calorias por centímetro quadrado, está relacionado às características do tecido que compõem a vestimenta e sua tecnologia de fabricação. 

Na vestimenta de proteção ele representa um valor de energia incidente sobre o tecido que resulta numa energia transmitida pelo mesmo, que poderia, com 50% de probabilidade, causar queimaduras de segundo grau.

O valor do ATPV é uma estimativa do desempenho de atenuação de calor conferido pelo tecido e, consequentemente, da vestimenta com ele confeccionada. Assim, quando utilizamos as metodologias de estimativa de energia incidente (cal/cm²), ou quando utilizamos o método de seleção por categoria de risco da NFPA 70E, por exemplo, o ATPV servirá para balizar essa seleção, sendo obrigatoriamente maior que o nível de Energia Incidente estimado, ou dentro dos limites da categoria de risco designada, estabelecendo assim o nível de proteção necessário para um trabalho seguro. É importante lembrar que de um modo geral, para tecidos planos, há uma relação entre gramatura e resistência ao arco elétrico, ou seja, quanto maior a gramatura do tecido maior a proteção conferida.

Como é realizada a caracterização de materiais para EPI de proteção de arco elétrico nos ensaios das vestimentas no LEVe-USP?

No caso dos ensaios de caracterização da proteção realizados em laboratório, o ATPV é um parâmetro determinado com no mínimo 20 amostras de tecido onde são medidas as energias incidentes, que chegam no painel, e transmitidas pelo tecido aos sensores do painel. Estes valores constituem as variáveis que serão utilizadas por um modelo matemático com o qual se calcula o ATPV. 

Os tecidos que constituem os corpos de prova a serem ensaiados são dispostos em painéis padronizados dotados de sensores calorimétricos.

Para este ensaio são realizadas 7 exposições a arcos elétricos padronizados e controlados, em 3 painéis por exposição, de onde são obtidas energias incidentes e transmitidas em cada corpo de prova, sendo as energias incidentes indicadores de intensidade do arco elétrico, e as transmitidas utilizadas para avaliação de probabilidade de queimaduras de segundo grau por comparação ao modelo empírico de Stoll.

Quais são os outros parâmetros existentes, além do ATPV? 

Existem vários parâmetros para diferentes tipos de EPI de proteção contra efeitos térmicos de arcos elétricos. Especificamente para vestimentas, ou seja, tecidos, temos adicionalmente o parâmetro EBT, no qual se toma como base, ao invés de análise pelas curvas de Stoll, de queimaduras de 2° grau produzidas por transmissão de energia, a análise com base na formação de ruptura nos corpos de prova, que analogamente, podem provocar queimaduras de 2º grau na pele. Desta forma o EBT também representa uma probabilidade de 50 % de ocorrência de queimaduras de 2° grau.

Além deste último, há o parâmetro ELIM, estabelecido em 2018 pela normativa internacional IEC, que é um valor limite de energia, onde não ocorreria nenhuma transmissão de calor ou ainda formação de buracos por ruptura, que pudesse causar queimaduras de 2º grau.

Em outros EPIs existem uma série de outros parâmetros, cada qual com sua complexidade, sendo que todos os parâmetros são mensurados na mesma estrutura de ensaio padronizada, porém, com diferentes elementos de suporte para os respectivos corpos de prova, como por exemplo, manequins de cabeça e painéis para luvas de proteção.

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