Se você está envolvido nos setores de óleo & gás, eletricidade ou industrial, provavelmente tem familiaridade com as vestimentas de proteção térmica
A vestimenta desempenha um papel indispensável na proteção de trabalhadores que enfrentam qualquer um dos vários riscos existentes no local de trabalho; de partículas combustíveis, centelhamentos e arcos elétricos.
A importância do uso da vestimenta vai além dos setores citados anteriormente, sendo também um recurso fundamental para proteção na área médica, serviços de saúde, e até mesmo em serviços de limpeza em geral.
Obviamente, a pandemia da COVID-19 aumentou a nossa consciência, bem como a necessidade, em relação ao uso do EPI.
No passado, as siglas EPI era somente um jargão profissional, enquanto que atualmente o EPI tem dominado nossos pensamentos, com por exemplo, o aumento do uso de máscaras faciais pela população em geral.
Sendo assim, queremos saber: como você lida com as suas necessidades específicas de proteção com o uso de EPI? Comenta ou compartilha essas necessidades com outras pessoas conhecidas ou de sua equipe?
O melhor ponto de partida é definir seu segmento e as suas necessidades.
Dentro dos nossos objetivos, nos limitaremos aos riscos térmicos de curta duração, como fogo repentino, arco elétrico e respingos de metal fundido.
Para tais riscos, existem duas classificações gerais para a vestimenta:
- Vestimenta Primária – utilizada quando você está trabalhando na presença de um evento térmico, como no combate ao incêndio em estruturas, ou executando tarefas em processos associados a altas temperaturas ou fundição de metais.
Alguns modelos de Vestimentas primárias incluem proteção contra incêndios ou vestimentas aluminadas de corpo inteiro.
A vestimenta primária também pode ser utilizada durante certas tarefas potencialmente perigosas que podem representar maior risco de lesões graves. Um exemplo são as tarefas envolvendo arcos elétricos com alta energia, exigindo o uso de vestimentas de arco elétrico de categoria 4.
- Vestimenta Secundária – fornece ao usuário uma proteção contínua de linha de base, contra riscos potenciais de exposição térmica intermitente e de curta duração, como fogo repentino, arco elétrico, escória leve de soldagem e respingos de metal fundido.
A principal diferença entre elas é que a vestimenta primária é utilizada quando um ambiente térmico de risco está presente ou quando determinada tarefa apresenta maior probabilidade de ocorrência de risco ou lesão grave; a vestimenta secundária é usada para uma proteção continuada, em situações onde um risco térmico pode existir, mas não é iminente.
Uma outra maneira de identificar melhor quando utilizar a vestimenta primária e a secundária, é pensar em termos de Tarefas Versus Uso Diário.
É bem simples, veja só, normalmente a vestimenta primária é usada com base em uma tarefa específica, enquanto a vestimenta secundária se destina ao uso diário.
A vestimenta primária geralmente está vinculada a uma tarefa específica e fornece um alto nível de proteção. Normalmente, a vestimenta primária é usada por curtos períodos para evitar estresse por calor, sendo geralmente um tanto volumoso e desconfortável usá-la por longos períodos de tempo.
A vestimenta secundária é geralmente considerada de uso diário, visto que você utiliza essas vestimentas de proteção durante todo um dia de trabalho.
A vestimenta primária é mais pesada, mais volumosa e seu tecido é menos respirável, enquanto que a vestimenta secundária está relacionada ao uso diário FR/AR são mais modernas, podem ser mais respiráveis, mais confortáveis e menos pesadas, aumentando a probabilidade de um trabalhador desejar utilizá-las durante todo o dia. Esses itens incluem calças, camisas, macacões, camisetas segunda pele e jaquetas para o frio.
Dependendo do tipo de risco e o nível de proteção necessário, óculos de segurança, capacetes, aventais, jalecos, luvas e proteção auditiva podem ser utilizados em conjunto com as vestimentas primárias ou secundárias. Elas podem ser utilizadas para tarefas específicas, ou continuamente ao longo de um dia de trabalho.
Uma avaliação de risco completa ajudará a determinar qual vestimenta, primária e secundária, será necessária para obtenção da proteção adequada, observância às normas e adesão da equipe.
Equilibrar essas três condições ajudará a desenhar um Programa de Vestimenta ideal para mitigação de riscos mais apropriado para a sua realidade laboral.
E sobre as máscaras faciais?
A pandemia da COVID-19, conforme já mencionado, aumentou nossa consciência sobre o uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual). Atualmente, dependendo do cenário e da localização, as máscaras faciais podem ser necessárias como parte do esforço contínuo, a fim de impedir a propagação do vírus em comunidades e locais de trabalho.
Existem desenvolvimentos recentes que regulam as máscaras faciais de tecido com proteção térmica FR/AR em normas sobre arcos elétricos (ASTM F1506) e fogo repentino (NFPA® 2112), sendo:
– Para riscos de fogo repentino, de acordo com uma alteração provisória (TIA) 18 recentemente aprovada na NFPA 2112, as máscaras faciais com proteção térmica estão autorizadas para proteção aos perigos térmicos, desde que seus componentes (tecido de proteção térmica) sejam certificados por uma terceira parte, atendendo aos requisitos da NFPA 2112.
– Para o risco de arco elétrico, a ASTM F3502-21: Standard Specification for Barrier Face Coverings1 foi lançada recentemente para atender aos requisitos específicos relacionados ao desenho, desempenho, rotulagem, informações ao usuário e avaliação de conformidade das máscaras faciais.
Os fabricantes de máscaras faciais para proteção ao arco elétrico devem indicar a classificação do arco elétrico em conformidade com a ASTM F1506, que é referenciada na norma ASTM F3502-21.
Recomenda-se que os trabalhadores das concessionárias de energia, óleo e gás verifiquem com os fabricantes de máscaras faciais sobre a auto certificação, conforme a NFPA 2112, e garantam que o tecido utilizado em sua fabricação atinja uma classificação de arco elétrico adequada.
Seguir essas normas consensuais, junto com as diretrizes do CDC2 e recomendações das secretárias de saúde estaduais e municipais, ajudará a maximizar a conformidade de proteção a face, a fim de garantir profissionais e trabalhadores mais saudáveis e protegidos.
Implementar corretamente sua vestimenta pode ser complicado, principalmente onde há mais conhecimento da sua importância, por está razão avalie os perigos, analise os riscos do local de trabalho e as necessidades de conforto de sua equipe e deixe que esses elementos orientem a seleção de suas vestimentas.
1) Norma de Especificação para máscaras faciais como barreira de proteção
2) Centers for Disease Control and Prevention – U.S. Department of Health & Human Services
Texto traduzido e adaptado: https://www.westex.com/blog/navigating-ppe-needs-amid-a-pandemic/