Conhecer a tecnologia por traz de cada tecido é muito importante para que você compreenda como a vestimenta irá proteger seus colaboradores. Agora, garantir que este tecido selecionado tenha um desempenho adequado é um requisito essencial. E isso se comprova com muitos ensaios e obviamente com a busca pela certificação de seus tecidos e insumos!
Vamos entender mais sobre esse processo que envolve normas técnicas e legislação.
Normalização nos trabalhos em ambiente industrial
No processo de adequação técnica das vestimentas de proteção térmica, podemos elencar as duas principais normas estrangeiras, efetivamente empregadas na prática, ou mesmo servindo como documentos de referência para outras normas técnicas, documentos orientativos e legislação: NFPA 70E e NFPA 2112.
A NFPA 70E acaba tendo um escopo mais abrangente, voltada aos trabalhos com energia elétrica e fornece requisitos para a segurança elétrica no local de trabalho, trazendo aspectos fundamentais da análise e gerenciamento de riscos e também o programa de proteção térmica, com a indicação das normas de ensaios fundamentais para a adequação das vestimentas de trabalho.
A NFPA 2112 já trata diretamente os requisitos mínimos e métodos de ensaios para as vestimentas de proteção contra fogo repentino e deixa os processos do programa de seleção, uso e cuidados para a norma NFPA 2113.
Desta forma podemos ter a certificação de uma vestimenta pela NFPA 70E e pela NFPA 2112?
A NFPA 2112 pode ser e é utilizada como norma técnica de referência para certificação de vestimentas de proteção térmica, porém para a proteção ao arco elétrico seria a Certificação de acordo com a Norma ASTM F1506, esta norma é citada na NFPA 70 E.
Tecidos como Westex DH e Ultra Soft[MC1] ® possuem várias certificações, dentre elas a certificação NFPA 2112 para Fogo Repentino, e a certificação ASTM F1506 que atende aos requisitos da NFPA 70E para serem implementados nas vestimentas de proteção contra efeitos térmicos de Arcos Elétricos.
Normas para certificação de vestimentas de proteção térmica
Como requisitos para as vestimentas de proteção podemos enxergar dois cenários levando em conta normas estrangeiras e internacionais:
- Certificação para Tecidos Arco Elétrico (Estrangeira): Utiliza como norma de requisitos a ASTM F 1506, que tem uma extensa lista de normas para ensaios das propriedades mecânicas, químicas e térmicas, e especificamente para a caracterização quanto a resistência ao arco elétrico (ATPV e EBT) a norma ASTM F1959.
- A avaliação da vestimenta finalizada com todos seus componentes é regida pela ASTM F2621.
- Certificação Tecidos Fogo Repentino (Estrangeira): A base é a NFPA 2112 que remete os ensaios de avaliação do tecido e da vestimenta pronta à norma ASTM F1930. Assim como a ASTM F1506, várias outras normas para ensaios das propriedades mecânicas, químicas e térmicas de tecidos e insumos são requisitos da NFPA 2112.
- Certificação Tecidos Arco Elétrico (Internacionais): Aqui temos a IEC 61482-2 como norma de requisitos e a IEC 61482-1-1 como norma para a caracterização quanto a resistência ao arco elétrico de tecidos em seu procedimento A, e avaliação da vestimenta finalizada com todos seus componentes em seu procedimento B.
- Requisitos para exposição ao calor e chamas (Internacionais): A ISO 11612 traz os requisitos, abrange diversas propriedades de desempenho, incluindo resistência à chama, resistência ao calor convectivo e radiante, e resistência a respingos de metal fundido, e utiliza a ISO 13506 para a avaliação do tecido em manequim instrumentado, porém de caráter opcional.
É importante destacar que ensaios em laboratórios independentes e isentos são o melhor caminho para o processo de certificação de qualquer produto ou insumo!
Você sabia que no Brasil a legislação para fogo repentino aponta para uma norma Nacional? Como as normas internacionais da série ISO não aplicam uma linha de corte para percentual de queimadura e nem mesmo uma obrigatoriedade desses ensaios, o Comitê Brasileiro de normalização ABNT CB32 criou a norma ABNT NBR 16623 para regular tecnicamente essas lacunas!
Certificação de Tecidos e Insumos
Outro ponto que você precisa saber é que a certificação da vestimenta não implica na certificação de seus insumos, incluindo os tecidos! Isso deixa muitos profissionais intrigados quanto a efetiva manutenção da produção de vestimentas com a adequada da proteção.
A utilização de um relatório único dentro das especificações das diferentes normas técnicas relacionadas às normas de requisitos, a princípio, é suficiente para o atendimento a certificação da vestimenta de proteção.
Obviamente que os melhores fabricantes sempre buscam certificar seus tecidos pois isso garante alto nível de qualidade e eficácia, ou seja, especificações técnicas comprovadas dentro de uma margem confiável em toda a produção, garantindo que o confeccionista sempre receberá tecidos com requisitos de proteção térmica dentro de uma variabilidade conhecida e aceitável, e que você receberá uma vestimenta com confiabilidade atestada por organismos independentes.
Certificação de tecidos para Arco Elétrico e Fogo Repentino são equivalentes?
Esse é outro ponto importantíssimo quando tratamos dos perigos térmicos de arcos elétricos e fogo repentino: ELES NÃO SÃO EQUIVALENTES!
Os parâmetros relacionados ao fluxo e transferência de calor nos ensaios de Arco Elétrico e Fogo Repentino são muito diferentes e a resposta dos materiais é muito distinta em cada arranjo normativo.
Aqui deixo uma referência (Link artigo de Abril) para que você entenda melhor essas certificações e não se engane com os aspectos fundamentais de cada área de proteção térmica!
Percebeu como a certificação é fundamental? Você sabia que a manutenção adequada dos tecidos também é crucial para sua eficácia? No próximo texto, vamos aprender como cuidar desses tecidos para garantir sua longevidade e desempenho.
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